domingo, 27 de abril de 2014

Agora Só Falta o Casamento Com Animais

Dias atrás, inventei de falar sobre casamento homossexual e, como seria de se esperar, acabei levantando uma discussão acalorada e solidamente embasada em paixões convenientes. Uns atacaram o meu raciocínio, outros atacaram a minha pessoa, outros atacaram os meus argumentos, mas, enfim, uma das coisas que foi ridicularizada, no raciocínio que defendi, foi o fato de eu ter dito que o casamento se baseia em princípios que são sua base de sustentação e que o tornam o que ele é. Para melhor compreensão, reproduzo o trecho em questão:

"(...) Grosso modo, podemos dizer que o casamento se sustenta sobre um tripé formado por três princípios básicos: espécie, gênero e número. Sobre essas três bases peculiares se sustenta o casamento. E elas se inter-relacionam e se sustentam uma à outra. Elas definem o que é, basicamente, o casamento. São, portanto, uma limitação conceitual objetiva.

Analisemos rapidamente, portanto, essas bases, pois talvez elas sejam apenas uma preferência arbitrária e ultrapassada de empedernidos e ranzinzas reacionários mal-humorados. Comecemos com a limitação por espécie: ela determina que o casamento envolve dois seres da mesma natureza, classificados na mesma unidade básica de classificação científica. A espécie. Dois seres humanos, racionais e capazes, no caso. Em seguida, temos a limitação por número. O casamento é um contrato entre um número limitado de pessoas. Duas. Mas duas por quê? Aí é que entra a limitação por gênero. O casamento é limitado por número porque é limitado pelo gênero. Masculino e feminino. Macho e fêmea, Homem e mulher. Só há dois gêneros diferentes e complementares. Cada um feito sob medida para completar ou se adequar sexualmente ao outro. Duas pessoas que, ao contraírem matrimônio geram descendência e patrimônio. (...)"

"(...) O casamento não é uma arbitrariedade. Não é um capricho conservador. Repito, o casamento é uma instituição social e legal específica. Observe que, se demolirmos a limitação fundada no gênero, destruímos, no mesmo ato, a limitação numérica. Ora, mas isso é lógico. O casamento, hoje, só pode ser contraído por duas pessoas porque dois são os gêneros e nada fica faltando nem sobrando. A união está completa. Entretanto, se o gênero passa a não mais fazer parte dos fundamentos do casamento, a questão sexual cai e o número deixa de ser limitado por um princípio evidente. Não há mais motivo para dizer que o homem e a mulher são o núcleo da família. Como qualquer contrato, o casamento poderá ser contraído por três, quatro ou dezessete pessoas! Passa a ser apenas uma sociedade. Não há mais as tão fundamentais questões sexual e procriativa envolvidas.

Podemos levar este argumento um pouco mais adiante e veremos que logo poderão surgir os defensores da bestialidade. Ora, se os três fundamentos do casamento caíram, logo, seria arbitrário dizer que ele deve ser ministrado apenas aos seres humanos. Logo o homem poderá se casar com sua cadela de estimação, e aqui quero me referir ao animal mesmo. Logo alguém se levantará pelo direito de se casar com sua cabrita ou com seu cavalo, já que o casamento passa a ser, agora, apenas um manifesto de afetividade e de desfrute sensorial pervertido. (...)"

Fui ridicularizado, disseram que esse era um argumento absurdo, etc. Mas eis que no dia de hoje eu leio, num site de notícias, a seguinte manchete: Primeiro Casamento Gay Triplo é Realizado nos Estados Unidos.

Bom, minha intenção era escrever um monte de coisa reafirmando o meu argumento, mas não vou. É bobagem. Chover no molhado. Apenas espero os comentários daquelas mesmas pessoas que disseram que eu só disse o que disse porque sou homofóbico e intolerante. Ademais, clique aqui e leia a notícia para não ficar parecendo que estou inventando conspirações.

2 comentários:

Unknown disse...

Nome sem sobrenome???

Unknown disse...

Penso caberem aqui os dizeres de um adesivo, em época de campanha eleitoral: "Já tenho a minha cabeça feita, não me confunda com fatos".