Dias atrás, inventei de falar sobre casamento homossexual e, como seria de se esperar, acabei levantando uma discussão acalorada e solidamente embasada em paixões convenientes. Uns atacaram o meu raciocínio, outros atacaram a minha pessoa, outros atacaram os meus argumentos, mas, enfim, uma das coisas que foi ridicularizada, no raciocínio que defendi, foi o fato de eu ter dito que o casamento se baseia em princípios que são sua base de sustentação e que o tornam o que ele é. Para melhor compreensão, reproduzo o trecho em questão:
"(...) Grosso modo, podemos dizer que o
casamento se sustenta sobre um tripé formado por três princípios
básicos: espécie, gênero e número. Sobre essas três bases peculiares se
sustenta o casamento. E elas se inter-relacionam e se sustentam uma à
outra. Elas definem o que é, basicamente, o casamento. São, portanto,
uma limitação conceitual objetiva.
Analisemos
rapidamente, portanto, essas bases, pois talvez elas sejam apenas uma
preferência arbitrária e ultrapassada de empedernidos e ranzinzas
reacionários mal-humorados. Comecemos com a limitação por espécie: ela
determina que o casamento envolve dois seres da mesma natureza,
classificados na mesma unidade básica de classificação científica. A
espécie. Dois seres humanos, racionais e capazes, no caso. Em seguida,
temos a limitação por número. O casamento é um contrato entre um número
limitado de pessoas. Duas. Mas duas por quê? Aí é que entra a limitação
por gênero. O casamento é limitado por número porque é limitado pelo
gênero. Masculino e feminino. Macho e fêmea, Homem e mulher. Só há dois
gêneros diferentes e complementares. Cada um feito sob medida para
completar ou se adequar sexualmente ao outro. Duas pessoas que, ao
contraírem matrimônio geram descendência e patrimônio. (...)"
"(...) O casamento não é uma arbitrariedade. Não é um capricho conservador. Repito, o casamento é uma instituição social e legal específica. Observe que, se demolirmos a limitação fundada no gênero, destruímos, no mesmo ato, a limitação numérica. Ora, mas isso é lógico. O casamento, hoje, só pode ser contraído por duas pessoas porque dois são os gêneros e nada fica faltando nem sobrando. A união está completa. Entretanto, se o gênero passa a não mais fazer parte dos fundamentos do casamento, a questão sexual cai e o número deixa de ser limitado por um princípio evidente. Não há mais motivo para dizer que o homem e a mulher são o núcleo da família. Como qualquer contrato, o casamento poderá ser contraído por três, quatro ou dezessete pessoas! Passa a ser apenas uma sociedade. Não há mais as tão fundamentais questões sexual e procriativa envolvidas.
"(...) O casamento não é uma arbitrariedade. Não é um capricho conservador. Repito, o casamento é uma instituição social e legal específica. Observe que, se demolirmos a limitação fundada no gênero, destruímos, no mesmo ato, a limitação numérica. Ora, mas isso é lógico. O casamento, hoje, só pode ser contraído por duas pessoas porque dois são os gêneros e nada fica faltando nem sobrando. A união está completa. Entretanto, se o gênero passa a não mais fazer parte dos fundamentos do casamento, a questão sexual cai e o número deixa de ser limitado por um princípio evidente. Não há mais motivo para dizer que o homem e a mulher são o núcleo da família. Como qualquer contrato, o casamento poderá ser contraído por três, quatro ou dezessete pessoas! Passa a ser apenas uma sociedade. Não há mais as tão fundamentais questões sexual e procriativa envolvidas.
Podemos
levar este argumento um pouco mais adiante e veremos que logo poderão
surgir os defensores da bestialidade. Ora, se os três fundamentos do
casamento caíram, logo, seria arbitrário dizer que ele deve ser
ministrado apenas aos seres humanos. Logo o homem poderá se casar com
sua cadela de estimação, e aqui quero me referir ao animal mesmo. Logo
alguém se levantará pelo direito de se casar com sua cabrita ou com seu
cavalo, já que o casamento passa a ser, agora, apenas um manifesto de
afetividade e de desfrute sensorial pervertido. (...)"
Fui ridicularizado, disseram que esse era um argumento absurdo, etc. Mas eis que no dia de hoje eu leio, num site de notícias, a seguinte manchete: Primeiro Casamento Gay Triplo é Realizado nos Estados Unidos.
Bom, minha intenção era escrever um monte de coisa reafirmando o meu argumento, mas não vou. É bobagem. Chover no molhado. Apenas espero os comentários daquelas mesmas pessoas que disseram que eu só disse o que disse porque sou homofóbico e intolerante. Ademais, clique aqui e leia a notícia para não ficar parecendo que estou inventando conspirações.
2 comentários:
Nome sem sobrenome???
Penso caberem aqui os dizeres de um adesivo, em época de campanha eleitoral: "Já tenho a minha cabeça feita, não me confunda com fatos".
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