sábado, 29 de junho de 2013

Ah, a Mulher!


Imagino o sexto dia da criação: Deus e Adão no meio do jardim, conversam a respeito das únicas coisas possíveis. A beleza e o amor. Únicas possíveis porque eram as duas únicas coisas evidentes para o homem recém criado. Únicas com as quais ele já tivera um contato pessoal intenso. Era, creio, o único assunto sobre o qual ele poderia opinar.

Imagino Adão admirando os animais e as mais variadas plantas e O Senhor mal disfarçando um sorriso satisfeito e ansioso, prelibando o momento e guardando a surpresa que ainda tem a oferecer ao recém criado homem. Em determinado momento, já não se contendo, O Senhor vira para Adão: "Tudo bem. Você já viu que tudo isso é muito bonito e muito bom. Toda essa beleza foi criada pra você, mas espere ainda um momento. Durma um pouco e quando acordar, você terá uma surpresa."

Antes disso, Deus fizera passar diante de Adão todos os animais para que ele os nomeasse. O homem teve, assim, oportunidade de perceber que cada animal tinha uma consorte. Um exemplar similar mas com diferenças fundamentais que possibilitavam uma interação e relacionamento específico entre eles. Cada um tinha uma fêmea.

Pois bem, enquanto Adão dormia Deus retira dele uma costela e, a partir dela, a partir da carne recém criada do homem, coroa toda a criação com o que veio a ser a mais maravilhosa obra criada. Deus fez a mulher! Formou-a do próprio osso e da própria carne do homem e ofereceu-a a ele como companheira e declarou que ambos, unidos maritalmente seriam, mesmo, uma só carne. Ah, e Adão, que depois de ter apreciado tanta beleza não poderia nunca ter imaginado surpresa e beleza tão magníficas!

Sim, Deus fez a mulher e todas as belezas do mundo passaram a ser apenas a moldura dessa obra prima. Sem a menor economia de atributos de beleza, Deus mostrou uma capacidade artística obviamente inigualável. A beleza passou a ter nome: Eva.

Algum tempo atrás eu conversava com uma prima sobre a criação do homem e da mulher e ela me disse que não se conformava com o fato de o homem ter sido criado primeiro. Ela queria dizer, com isso, que na guerra entre os sexos, Deus dera primazia ao homem e, por isso a Bíblia era um livro machista. Ela não disse isso assim, abertamente, mas foi o que compreendi nas entrelinhas. Continuamos a conversa e, como eu converso, como diria Ariano Suassuna, por arrodeios, a gente acabou se desviando do assunto e eu não pude respondê-la.

Em primeiro lugar nós devemos compreender que a palavra homem não quer dizer indivíduo do sexo masculino, como a compreendemos hoje. A palavra homem vem da matéria prima utilizada na criação da raça humana. E veja que Deus não poderia ter criado a raça humana criando um sexo! Criando o sexo masculino, Deus estaria criando apensa um indivíduo. A palavra homem vem de humus, que quer dizer lama. Percebemos assim que Deus, ao criar Adão, criou o ser humano. O ser feito do humus. E, de certa forma, no homem já estava pré-criada a mulher, se assim podemos dizer. A humanidade estava ali e ao mesmo tempo não estava. Era plano de Deus que a humanidade se multiplicasse e gozasse de suas bênçãos através do matrimônio. Do relacionamento sexual. E só a partir daí viria a humanidade!

A nossa sociedade é muito tendenciosa hoje em dia. Tudo está envolvido numa guerra latente. Há o feminismo, o xenofobismo, o homossexualismo, a luta de classes, a ânsia por igualdades impostas e várias outros pequenos conflitos internos que não nos permitem perceber as verdadeiras nuances de sermos simplesmente humanos. Com os olhos de hoje, contaminados por tantas ideologias, chegamos a ver luta de classes ou de sexos até mesmo na criação do primeiro casal!

Vejamos então, com os olhos de hoje, o que de fato ocorre ainda nos nossos dias.

Quando se quer anunciar uma pessoa importantíssima que se encontra presente num evento e se deseja causar um forte impacto com sua surpreendente presença o que se costuma fazer? Anunciam-se todos os componentes da mesa ou participantes do evento e, depois que todos julgam ter alcançado o apogeu com aqueles participantes, aí é que, após um momento de expectativa, entra a personalidade realmente principal. Isso causa gritos de surpresa e admiração e o efeito é realmente emocionante.

Agora respondo. Se Deus criou o homem do sexo masculino primeiro, é porque ele queria ter uma audiência para o gran finale. É porque ele queria surpreender o homem. É porque ele queria fechar com chave de ouro a criação dos seres vivos. Sim, a mulher é o maior presente dado por Deus ao mundo. Ora, é evidente que ninguém se aproxima mais do ideal divino de amor do que a mulher que se dedica à maternidade! Mas isso está fora de moda. A mulher, hoje, luta pelo direito de ser igual ao homem! Tudo o que estiver fora disso é sexismo, misoginia, machismo e isso é uma pena.

Já faz alguns dias que tenho lido uns artigos de mulheres feministas militantes. Elas lutam contra tudo o que seja belo e feminino na mulher e esperam o reconhecimento de que não são nada mais do que aquele corpo. Desejam ser exclusivamente sexuais. Lutam contra as mais sublimes características do sexo feminino. Há o exemplo da marcha das vadias onde, não sei com qual finalidade exatamente, elas expõem cartazes e seus corpos nus nos quais escrevem frases pornográficas abjetas e impublicáveis sobre si mesmas! E dizem que, com isso, estão lutando pelo reconhecimento dos reais valores da mulher! Não, não são esses os valores da mulher e não é o grito de uma militância esquizofrênica que vai mudar isso.

Ainda acho que a mulher de hoje preserve muito da mulher original, saída das mãos dO Criador. Não posso conceber beleza mais agradável. Não há, no mundo inteiro, nada que se iguale a um sorriso feminino. Nada que imite sua compleição precisa. Nada que seja tão profundo e tão instigante quanto o olhar de uma mulher. Nada que seja tão terno e tocante quanto o olhar de um bebê para a mãe que o amamenta! Se isso é misoginia, pois que seja. Mas que coisa linda, é a mulher!

Um comentário:

Anônimo disse...

Um texto apaixonado. E dessas paixões que são direcionadas a um destinatário tão definidamente indefinido. Paixão pelo Criador e por suas criaturas, todas elas, com seus rostos e nomes desconhecidos e ainda assim familiares por refletirem Aquele que é o arché de todas as coisas.
E para aquelas mulheres que entendem seu papel no mundo como uma dádiva Divina, que muito embora abracem constantes conflitos existenciais por tentar conciliar sua função mais sublime com àquela imposta pela pseudo evolução feminina, que estão submetidas a um padrão inatingível de beleza imposta pela mídia, que se reinventam todos os dias para tentar suportar em ombros frágeis todas as dores da família, se doam para chorar com as amigas e sim, sorrir com o sorriso de quem se ama, foram palavras realmente belas.