domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sobre Política e Outras Bugigangas

Faz muito tempo que a política morreu. Restou apenas o poder, que é vergonhosamente disputado através de batalhas tão acirradas quanto ridículas e imorais. Pessoas que prezam pelo poder em si, são como um bando de hienas diante da carcaça podre e rapinada de um animal. E, quer saber mesmo? Essa carcaça podre somos nós. A sociedade. A política hoje, pode ser definida como mecanismo de manipulação de todos os meios necessários para manutenção do poder nas mãos de um grupo, ideia, ou pessoa. E, assim sendo, todas as mazelas sociais passam a ser o campo fértil para essa manipulação. A sociedade alienada é a legitimadora da canalhice e da patifaria estabelecidas.

Há poucos dias todos assistimos uma campanha eleitoral, para dizer o mínimo, ridícula e vergonhosa, onde candidatos ofereciam aos eleitores suas preferências pessoais, suas opiniões a respeito de diversos assuntos, mas nenhuma proposta eleitoral. Nenhuma proposta de governo. Nenhuma menção a princípios políticos. Discutiam, imaturamente, como crianças mimadas, quem tinha o pai mais bonito. O pai, no caso, era o padrinho político. Dilma, com sua cara de plástico, fabricada, se gabava de Lula. Serra, com sua cara sincera de defunto adiado, se gabava de FHC. Eu tenho vergonha da política brasileira. Muita vergonha. Já parou pra pensar? O cara, fazendo campanha política, achava que seria melhor candidato porque é amigo de fulano. A outra vendia seu peixe em nome de beltrano! Ou seja, eles mesmos, nada tinham a nos oferecer.

Nós, pacatos cidadãos, acovardados, votamos nessas pessoas e ainda achamos isso tudo muito certo. Achamos isso normal. Acreditamos que isso é, realmente, coisa séria. Ah deixemos disso. Isso tudo é uma molecagem. Nós somos os legitimadores de um Estado que serve a um grupo de bandidos.

O poder se legitima no povo. E é do povo que ele se alimenta. Da miséria e da indignidade. O poder político é um câncer que se alimenta das células da sociedade e estraçalha a dignidade de um povo.

Mas a crise não é política. É humana. Assim sendo, a política é podre, a polícia é podre, a igreja é podre, enfim, toda e qualquer entidade ou instituição que tiver pessoas em sua administração estará, irrefutavelmente contaminada pela imoralidade humana.

Sim, vamos rasgar o verbo: a enorme maioria das pessoas não tem o menor senso de valores e princípios morais ou éticos. São facilmente identificadas pelo tipo de suas preferências, pelo teor de suas conversas e, principalmente, pelo comportamento diante do sexo oposto. Homens que tratam mulheres como troféu ou como apenas um órgão sexual com pernas e braços, homens que lançam cantadas cretinas, que diminuem a mulher, que apreciam danças sensuais com conotações sexuais, que traem suas esposas em orgias ou através do sexo pago, são o que de pior a humanidade pode produzir.

Uma pessoa que é capaz de desprezar e desrespeitar sua esposa, sua família, por um momento sujo de luxúria animalesca, não pode, aliás, ser chamada de homem. E, se é capaz de fazê-lo, se é capaz de enganar e trair a família, é capaz de qualquer tipo de desumanidade, de falcatrua, de vileza. Sua perversidade não tem limites. Estou exagerando? Não. Honestidade é honestidade e pronto. Acabou. Não tem meio termo. Se o bem mais valioso que alguém pode ter, que é uma família, não é capaz de despertar no indivíduo um mínimo de senso de moral e respeito, não serão a ética, a responsabilidade ou a cidadania que o farão.

Sim, nós vivemos uma crise. Chegou o tempo em que o homem decente tem vergonha, não apenas de ser decente, mas de ser homem. Sim, vergonha de ser homem. E por isso nos tornamos cínicos. Somos palhaços tristes e sem graça, nesse grande circo.

Ah mas quanto mais eu vejo a maldade, o banditismo e a imoralidade, mais eu me apaixono pela humanidade, porque no meio de toda essa lama, ainda existem homens que trabalham e lutam contra a crueldade de vida. E, principalmente, ainda existem pessoas capazes de me deixar saudade mesmo quando passo apenas algumas horas distante. A lágrima de apenas um amigo meu, importa mais que toda a canalhice do mundo. E é isso que ainda faz a vida valer a pena.

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