sábado, 27 de agosto de 2011

Um País Sem Nenhum Caráter

Que o Brasil é um país sem o menor caráter é fato público e notório desde os tempos coloniais. E o brasileiro é, antes de tudo, um velhaco. Não tem opinião própria e é incapaz de pensar sem a "confiável e segura" direção da maioria.

Vamos resumir as coisas:

Durante 42 anos a Líbia foi dominada pelo ditador Muammar Kadhafi. Dá-se uma rebelião, enfrentamentos, mortes e o poder é tomado pelos rebelados. Ora, não é necessário julgarmos o mérito da questão. Um povo ansioso por liberdade não se acovarda diante das exigências da honra. Não há ditadura que seja legítima. Não há ditador que seja justo. Toda ditadura é fratricida.

Reproduzo o trecho de uma notícia anunciada por uma emissora de notícias Líbia:

"O correspondente da emissora, Stuart Ramsay, afirmou que contou os corpos em um galpão destruído no sul de Trípoli e estimou as vítimas em 53.

'É a cena de um assassinato em massa', disse o jornalista.

Ramsay citou testemunhas ao afirmar que 150 pessoas foram mortas no local em 23 e 24 de agosto enquanto forças rebeldes lutavam para tomar o controle da capital líbia das forças leais a Muammar Kadhafi."

É isso aí. Estamos cansados de ver: O cachorro morde a mão que lhe intenta subtrair o osso. Ainda que já esteja saciado. Olha o desespero insano desses animais! Se a rebelião já havia chegado onde chegara, era lógico que não haveria mais a mínimo estabilidade para que se mantivesse o poder e a governança nas mãos da ditadura. Mas isso não importa. Eles estão se lixando para a governança, para a administração, para a estabilidade. O negócio é o poder. Esse é o osso. Osso que eles preferem interrar a compartilhar com o irmão.

Pois bem, dito isto, voltemos ao nosso maravilhoso país, motivo de orgulho à grande massa informe de cultos leitores de revista Veja e Paulo Coelho.

O nosso governo, de política externa muito cautelosa e de declarações muito "responsáveis" e coerentes, afirma, sem o menor pudor, que "O Brasil vai aguardar a manifestação da Organização das Nações Unidas (ONU) para se pronunciar sobre o governo de transição na Líbia." Depois dessa descarada declaração vassala, o nosso Ministro das Relações Exteriores ainda nos brinda com uma frase de efeito, bem ao gosto desses intelectuais de conveniência: "O Brasil reconhece estados e não governos"! Ó! Bonito, né?

Ah, meu amigo, reconhece bosta! Toma vergonha nessa cara, meu irmão. O Brasil não tem legitimidade pra reconhecer sequer a própria inanição moral. Sequer a própria falência. É sério: o Brasil não pode declarar seu próprio fracasso porque suas declarações não valem nada! Carecem de autoridade moral e cívica.

Caramba, velho, que vergonha! O meu país não tem coragem de se manifestar por conta própria! O meu país entrega, de mão beijada a sua soberania a uma organização global! O que eles disserem está dito! O Brasil acata e defende! Parece aqueles meninos a quem, quando perguntamos se querem bala, com medo da desaprovação, olham, com um 'rabo de olho', para a mãe ou para o pai, para saber se podem ou não aceitar o doce!

A gravidade do fato se avoluma quando nos lembramos que o atual governo brasileiro execrou e demonizou um Governo Militar de direita, cujo maior crime foi defender as instituições nacionais. A atual presidente matou, roubou e aterrorizou em nome de uma liberdade que, hoje sabemos, era ideologicamente inventada apenas para desmoralizar a nossa nação. E nisso obteve sucesso. O brasileiro aprendeu a ser um desmoralizado covarde. 

E tem mais. Se a gente ainda não tinha acordado para a tendência do nosso governo a partir de suas amizades com regimes como o cubano e venezuelano e com figuras vampirescas como Fidel Castro, Hugo Chávez e Evo Morales, eis aqui uma boa oportunidade para abandonarmos, de vez, a ilusão da democracia que até antão sonhávamos alcançar em nosso país.

Mais de trinta países reconhecem o Conselho Nacional de Transição como o representante legítimo da Líbia. Não estão reconhecendo um novo governo, mas um conselho responsável por reaparelhar a soberania daquele país. O Brasil não. Não reconhece porque não sabe determinar seus valores. Porque não tem caráter, porque não pode deixar de beijar a bunda da opinião internacional.

Repito: Mais de trinta países apóiam um povo que valorizou, sob o risco e o sacrifício de muitas vidas, aquela palavra, já, tão gasta, chamada liberdade: uma palavra - como diria Cecília Meireles - que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.

... Será?

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