sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A lua da alma

O velho fazia noite no coração. E era noite nas montanhas e na estrada por onde ia, seguindo o vento, como se não fosse a lugar algum. Fazia escuro. Muito escuro. Nada percebia do que os olhos lhe pudessem descrever, mas seguia.
Seguia, pois sabia que na noite, por trás da escuridão, havia os vales e montanhas. O olhar, impedido pela noite. Mas não a noite das montanhas. O que lhe impedia a beleza do caminho era a noite que levava, consigo, na alma.
Mas surge, cansada e devagar, que nem as águas fundas de um rio, por trás dos morros longes, inchando a noite, alumiada como a esperança de uma criança, a lua. Vermelha de amarelidão. Vinda de um mundo diferente. Um mundo mal-criado de saudade.
O velho segue de seguir no seu caminho inventado.
De verdadeiro mesmo, só a lua. O olhar de uma menina bonita que mora gravada na esperança de um amor novo.

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